Atualmente muito se fala sobre humanização, parto humanizado, parto domiciliar, sobre os direitos do casal, da presença da doula no parto, da escolha do local do nascimento, da equipe com diferentes formações, enfim, o assunto está em alta, na pauta, mas será que humanização é só isso mesmo? Quem é realmente importante no parto? Somente a mãe, a mulher, o casal ? Alguém realmente se lembra do bebê? Como ele é recebido? Por quem ele é acolhido, amparado, e quais são seus direitos, você sabe?Vamos entender mais sobre nascimento humanizado.
Eu sou uma admiradora do obstetra francês, Frederick Leboyer, que além de respeitar a mulher, que é realmente a dona do parto, a protagonista, ele foi muito feliz ao se preocupar também com o bebê no ato do nascer. Ele fez muitos repensarem sobre o assunto, e escreveu livros sobre isso, há mais de 30 anos.
Leboyer ficou muito conhecido nos anos 60 e 70 pelo parto na água, que leva seu nome até hoje. Mas ele fez muito mais do que isso. Na França, onde vivia e trabalhava, conseguiu mudar a rotina fria de alguns centros obstétricos, e isso, estamos tentando fazer por aqui também há um bom tempo, pelos menos há uma década.
O que ele preconizava em prol da saúde e bem estar do bebê ao nascer é o mesmo que gostaríamos muito de ver atuamente aqui também em nossos hospitais, públicos e privados:
1- que a luz do centro obstétrico fosse mais amena, para que o bebê pudesse abrir os olhinhos aos poucos;
2- que o ar condicionado fosse desligado ao nascer o bebê, pra que ele pudesse se manter entre 36 a 37 graus, como no útero materno;
3- que os ruídos fossem os menores possíveis, pois o bebê nasce com todos os sentidos apurados e sensíveis;
4- que o bebê fosse tocado com delicadeza, segurado amorosamente ao nascer, e não ficasse pendurado, ou fosse chacoalhado… …pois tudo o que acontece com o bebê intra útero e pós parto, ficará impresso na memória do bebê: física e celularmente.
Ou seja, um bebê, ao nascer, tem todos os sentidos formados, e a maneira com que é recebido faz toda a diferença. Ele pode se sentir acolhido, caloroso, amado, ou então, pode sentir desconfortos, dores, frio, enfim, nada bem ao nascer. A escolha é nossa, e é da equipe que o recebe.
Mais uma vez, o que é obvio teve que virar portaria/lei para ser respeitado. Estou falando do direito da mãe e do bebê de ficarem em contato pele a pelo ao nascer, pois, por mais absurdo que pareça, nenhum hospital estava respeitando esse direito, e isso acontece há muitos e muitos anos seguidamente. Os bebês, ao nascerem precisam se manter com a mãe, pois assim a temperatura deles se mantém, o batimento do coração da mãe pode ser escutado pelo bebe e ela a reconhece, e não se sente sozinho, desamparado, e mais, o estímulo da descida do colostro (que antecede a descido do leite) é estimulada com o contacto do bebê na mãe. Tudo isso é muito saudável para ambos.
E não é isso que tem acontecido. Os bebês, geralmente, ao nascer, são levados da mãe para ‘procedimentos’ que nem sempre são necessários também, e alguns bem agressivos, que nem todos os pais sabem que acontecem. Agora, com a portaria 371, de 7 de maio desse ano (2014) todos os bebês, ao nascerem, devem ficar pelo menos a primeira hora com a mãe, em contato. A recomendação é da Organização Mundial de Saúde, e o Ministério da Saúde determinou que o SUS cumprisse a determinação.
Outra medida dessa mesma portaria é que os exames de rotina do bebe sejam feitos também após a primeira hora, e são eles: pesagem, medida, avaliação física, vitamina k e vacinas. A portaria também abre parênteses na questão do complemento tardio do cordão, agora que a humanização preconiza, e agora, faz valer. Ou seja, o cordão do bebê não deve ser cortado com pressa, e logo, e sim, feito após 1 a 3 minutos depois do nascimento, o que gera mais saúde ao bebê também, exceto para as mães com HIV ou HTLV positivos.
Há outros detalhes que devem ser lidos e aprendidos por todos nós, nessa portaria, e fica aqui a dica de leitura: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=50&data=08/05/2014
Infelizmente, no Brasil, com a epidemia de cirurgias cesarianas desnecessárias (as cessarias electivas), a rotina hospitalar adaptou o que é mais fácil para a equipe, e não o que é melhor para a mãe, pai e bebe. Hoje no Brasil, temos mais de 85% de cessarias feitas sem necessidade, mas por pressa, e por facilitar a vida/ agenda de médicos e pais. Vamos começar a pensar mais na saúde de nossos bebês, nas sensações desses pequenos, nas emoções que sentem ao serem paridos, no bem estar físico e emocional desses bebês, e assim, façamos a nossa parte, por uma humanidade mais saudável e amorosa. Namastê
Janis Souza
09/25/2014 at 14:30 (9 years ago)Nossa, que máximo! Adorei a abordagem, realmente hoje em dia no Brasil a taxa de cesáreas desnecessários está muito alta e hoje não temos mais desculpas quanto a desinformação, já que tudo está a um click de distancia! E pelo menos pra mim, quando se trata do meu filhos, eu quero saber tudo, para estar ciente de tudo que está acontecendo e o que vai acontecer também!
Esse Leboyer foi e ainda continua sendo uma inspiração para todos os obstetras que prezam pelo nascimento como algo primordial para a mamãe e o bebê e não como mais um $$ apenas.
Parabéns pela postagem!
Beijos
Adriana
09/25/2014 at 15:35 (9 years ago)Partos são sempre assuntos polêmicos. Muito informativo seu post, tive uma amiga que sofreu muito em um parto humanizado e seu bebê quase morreu, e tinha uma visão errada a respeito.
Beijos
Adri
Dulcinéia Do Alex Alex da Dulcinéia
09/25/2014 at 21:53 (9 years ago)Amei seu post amiga!
Bem explicativo!
Quando tive minha primeira filha foi de parto normal e eu amei a minha experiência. Mas, na minha segunda gestação eu precisei mesmo fazer a cesárea porque eu e meu marido sofremos um acidente de carro e minha pressão passou a subir ao ponto da minha artérea esquerda parar de passar oxigênio pra minha bebê. Mas, na verdade eu já tinha qté combinado com minha médica de que eu qeuria que fosse parto normal de novo. Mas, Deus sabe de tudo, não é mesmo?
Beijinhos e Sucesso!
http://dulcineiadesa.blogspot.com
Gerivania Ferreira
09/25/2014 at 23:04 (9 years ago)Também achei bem explicado.
Quando engravidei pensei em ter na banheira , mas o custo não compensou.
Beijos
Geri Ferreira
http://www.encantodemeninablog.com
Pati Avancini
09/25/2014 at 21:10 (9 years ago)Acho super lindo parto humanizado, mais não tenho coragem não, rsrs.
Bjs, Mundinho de Arianne
Tatty Nunes
09/25/2014 at 21:10 (9 years ago)O post é realmente bem informativo, mas opinar sobre partos humanizados hoje em dia é muito complicado, devido as várias opiniões e discursões. Acho que parto normal é realmente o melhor para a mulher e o bebê, mas cada mãe tem o direito de escolher qual se sente mais segura sem discriminação de ninguem. Bjinhos!
Bjos
Tatty Nunes – Mãe de Primeira Viagem
Roberta Aquino
09/25/2014 at 21:44 (9 years ago)É mesmo lindoooo .. mas eu não teria coragem … bjs
Roberta Aquino
<a href="http://www.talmaetalfilha.blog.br//" Tal Mãe, Tal Filha Blog
Cibele Lima
09/26/2014 at 01:44 (9 years ago)Muito interessante! mas eu continuo preferindo cesária! tenho medo de parto normal! bjo
Gisele Cirolini
09/26/2014 at 02:05 (9 years ago)Adorei o post, bom saber dessas normas. Meu primeiro parto foi cesárea, quero engravidar de novo no ano que vem, só resta esperar para ver como será.
Bjs,
http://www.soumae.org
Letícia Castilho
09/26/2014 at 13:09 (9 years ago)Amei o post! Muito explicadinho! Meu sonho sempre foi um parto humanizado na banheira, mas quando fiquei grávida, não tínhamos condição pra isso, porque onde eu moro nem tem esses recursos e teríamos de viajar pra alguma cidade onde fizessem o tal parto humanizado. Depois de saber que não realizaria meu sonho decidi ter cesárea, mas meu baby insistiu em vir de parto normal e eu adorei que tenha sido assim! Sofri muito, mas foi o melhor pra ele e pra mim e hoje em dia, eu não apoio a cesárea a não ser que ela seja caso de ''vida ou morte'' mas também não julgo quem escolhe a cesária, pois eu já escolhi ela apesar de não ter acontecido. Acho que cada mãe sabe o que é melhor pra ela e seu filho.
Cristiane
09/26/2014 at 12:17 (9 years ago)Amiga muito importante esse post, serve de alerta pra todos nós.
Infelizmente não somos instruídos pelos médicos a optar pelo parto natural e cada dia mais cresce o parto por cesárea.
Quero poder escolher da próxima vez… só sabemos de tudo isso depois que somos mães
bjs
Leteia Bispo
09/26/2014 at 13:19 (9 years ago)òtimas as informações
Se todas soubessem de tudo, evitaria mais problemas
Bjus
http://segredosdaluma.blogspot.com.br/
Andreia Sales
09/26/2014 at 14:56 (9 years ago)Sabemos que a humanização na hora do parto é muito importante tanto para a mãe quanto para o Bebê.
Uma pena que nem todos tem acesso a informação e serviço de qualidade.
Bjks
http://www.maevaidosa.com
Ramonnielly Morais
09/26/2014 at 22:04 (9 years ago)Amei esse post, ele expõe realmente oq se passa e isso me indigna, nao respeitam nem maes quanto maes os bbs 🙁
Thais
09/27/2014 at 19:10 (9 years ago)Esse parto é o sonho de todos os pais, infelizmente, no Brasil, poucos podem pagar por toda essa assistência e exigências. A maioria das mulheres ganham seus filhos na rede pública e são atendidas como bem querem os médicos. As cesáreas eletivas são o caos, pois muitos obstetras cobram e muito por isso, Espero que um dia, o conceito de parto mude, e todos os pais tenham o direito de , juntamente com uma equipe médica preocupada com o bebê, resolvam como querem recebê-lo no mundo.
Amei o post. Parabéns!
Leidiane Souza
09/29/2014 at 17:14 (9 years ago)Ótimo post! Sempre fui a favor do parto normal, acho o parto humanizado lindo e se tivesse esse recurso aqui na minha cidade com certeza faria!
Beijos
Juliana Pelizzari Rossini
09/29/2014 at 22:47 (9 years ago)Amei o post, precisamos nos inspirar no nascimento humanizado, porém eu vou além… Não basta só se preocupar com o parto em sim, mas na criação, educação, carinho e amor pós parto…
Porque hoje em dia o que vemos de terceirização de criação, não está escrito em gibi nenhum…
Eu amei o post, abraço essa causa, mas acho que o problema é mais afundo, e precisa de uma mudança geral, em vários setores, pensamentos e vidas…
Bjs
Ju
http://www.maesemfronteiras.com.br/