Tolerância zero

De maneira inconsciente, tenho dedicado minha “quota paciência” ao Théo, que com essa idade (1 ano) está demandando bastante e ao marido, que demanda naturalmente seu quinhão da minha preciosa paciência.
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Como já falamos, cuidar, criar e educar um bebê é um enorme desafio de paciência e tolerância. Estar 100% dedicada à ele, à casa e ao marido pode consumir nossos nervos. Estou trabalhando isso em mim, com auxilio da medicina homeopática (veja Cuidando de mim -gotas de homeopatia) e têm dado muito certo na minha auto-avaliação (rs…).
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Por outro lado … fiquei “tolerância zero” para outras situações as quais relato a seguir, pois no meu conceito de limite de espaço tem muita gente passando a linha e invandindo o limete do outro. Acredito ainda que isso é progressivo, as pessoas perderam os critérios de respeito e boa convivência, se é que já existiu isso.
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Bolada na praia
Estavámos na praia Théo e eu, o primeiro não para quieto, corre como um louco pela areia e na maioria das vezes em direção ao mar. Numa dessas corridas malucas um grupo de adolescentes, na faixa de 17 anos jogava futebol e esperava a bola que um dos companheiros foi buscar. Como um OGRO, o amigo que foi buscar a bola lhe dá uma bicuda que poderia mandá-la diretamente pro Guarujá.
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A bola faz um percurso certeiro em nossa direção e o grupo grita “O bebê! o bebê!”. Eu, imediatamente pego Théo com um braço e nos protejo com o outro esperando a bomba atômica cair em nossas cabeças.
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Levanto a cabeça babando de fúria e miro meu olhar atirador e minha boca cheia de palavras, novamente, doidinhas para sair, no rapaz.
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“Ai, desculpa – grita o adolescente. Presta atenção pô! Grito eu. Não vi – replica o moço. É, mas tem que ver, você não está sozinho na praia !!”
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Caca de cachorro
Um cachorrinho parou na frente do prédio, abaixou a bundinha e depositou seu cocozinho no meio da calçada. A dona fez que não era com ela e subiu a rampa da entrada do prédio, sem a mínima vergonha por não ter pêgo os desetos do animal.
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Dou meia volta com a cabeça, olho pro coco, pra dona dele, para as rodas do meu carrinho que sempre voltam pra casa carimbadas e lanço as palavras que gritavam para sair da minha bocaaa.
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“Sra! Digo eu. Sim? Seu cachorro acabou de fazer esse coco. A Sra. não vai pegar? Ela diz, nãoooo, esse coco não é dele. (uahahhahah, pera aí, se esse coco não é dele, só pode ser meu!) PARA né. Minha Sra, eu vi esse coco saindo do seu cachorro. É mas não é não. Então eu disse a típica frase frustrada … é por gente como a Sra que esse país não vai pra frete!” 
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Entrega da farmácia às 22:10
Outro dia fiz pedido por telefone e prometeram a entrega para às 20:00. Como nunca houve atrasos em passadas encomendas, naquele dia quando me dei conta, depois de praia, banho, janta, fazer nenem dormir, jantar etc…, achei que não entregariam mais e comentei com meu marido.
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Às 22:10 (marido e bebê dormindo), toca o telefone da minha casa. O Benjamin acordou branco, parecendo gato assustado, quase grudou no teto de susto e eu já pensei que só poderia ser notícia ruim. Era o entregador da santa homeopatia, dizendo que estava na portaria! PAUSA.
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Fiz o cheque babando como cão raivoso e com a boca cheia de palavras doidinhas para sair. Eis que encontro com o entregador.
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“É da farmácia? Sim. Pois o Sr. pode me explicar porque razão alguém liga na casa de outra pessoa com um bebê, para entregar um pedido que está 2 horas atrasado?? Ah moça, é que hoje eu tive muita entrega. E a portaria porque não ligou? Ah não sei não moça, mas o pedido das 20:00 pode chegar até às 22:00, não falaram pra Sra não? Não, nunca. Pois então, a Sra pode ligar amanhã lá pois eles deveria ter avisado”.
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Como se não bastasse, ao chegar em casa e abrir o pacote, me dei conta que o pedido veio errado. Obviamente, no dia seguinte liguei lá (rs…) e continuei o desabafo.
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Ligação por engano
Todos os dias na hora do almoço do Théo, ele já morrendo de sono, querendo comer sozinho, fazendo aquela bagunça, toca o telefone, uma Sra procurando uma tal de Camila. Eu já expliquei pra essa santa Sra, que nã mora nenhuma Camila naquele número. Eis que hoje toca o telefone novamente:
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“Oi, …. (não deixei nem ela terminar, reconheço aquela voz desde léguas de distância). Minha Sra, digo eu, quantas vezes a Sra já ligou aqui e eu já disse que não mora nenhuma Camila aqui, a Sra por favor, pare de ligar aqui me incomodando. Aqui moramos, 3 pessoas e nenhuma delas se chama Camila. Quer vir aqui na minha casa verificar? Agora paarreee de me importunar!” … tu tu tu tu
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Ahhh! Meu Deus! Eu devo ter salgado a santa ceia ! Pergunta: eu mereço?? Não, não mereço e eu falo mesmo! Já temos que engolir tanto sapo, ficar aguentando gente mau educada, ou anti-profissional ou não- cidadã! Jamais!


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