Incorporar a paternidade: todo um processo

Antes de escrever esse post pensei muito sobre como escrevê-lo por dois motivos. Primeiro para não levantar nenhuma bandeira do feminismo e segundo para não parecer pessoal. Hum… difícil tarefa, então resolvi esperar e amadurecer a idéia. Escrever por impulso pode ser perigoso.

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Conversei muito com minhas amigas do prédio, onde temos um grupo grande de recém-mães, com outras amigas-mamães e mães mais experientes para juntar opiniões, fatos e teorias para começar esse post. Sabem o que eu mais escutei? Hum… só muda de endereço“.

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A minha pergunta é porque? Porque os homens demoram todo esse tempo para incorporar a paternidade? Incorporar: assimilar, agregar algo para formar parte de um todo, admitir. Meu consolo é que eles conseguem. Pode demorar mais ou menos, pode ser que o processo comece e recomece várias vezes, mas eles engatam e vão. Antes tarde do que nunca não é? Rs…

 

.Tudo se trata de uma transmutação, uma mudança de esfera, um mergulho profundo num mundo em que eles não estão preparados para gerenciar. Preparo? Dom? Talento? Orientação? Não sei a razão, mas sei que isso nos deixa à todas de cabelo em pé.

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Toda regra tem exceção e se você é uma delas, PARABÉNS. Existem homens que engravidam junto com a mulher SIM. Aquela expressão “estamos grávidos” para poucos é levada ao pé da letra, para a maioria passa longe. Penso que todos têm esse “tempo” para embarcar na aventura de serem pais, mas como eu disse são poucos os que aproveitam a oportunidade e absorvem o espírito.

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Bem, não vamos comparar paternidade com maternidade porque é impossível e não é o foco. Cheguei a conclusão que para lograr esse objetivo o homem precisa utilizar algumas ferramentas como:

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1) Querer

2) Ter responsabilidade

3) Saber doar sem esperar receber algo em troca

4) Exercitar a memória e a arte de estar sempre preparado

5) Aguçar os sentidos

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Do contrário, eles vão continuar tentando, tendando e aprenderão algum dia desses. Ou então, escutarão 100 vezes a mesma coisa do tipo limpa a banheira com álcool, prepara o carro antes de viajar, cuidado com a cabeça do bebê, fecha a garrafa térmica depois de usar, verificou a fralda?, leva o lixo, cuidado com o vento, ele mama a cada duas horas já passaram 3 e meia, lava as mãos pra pegar o bebê …………………….. e por aí vai.

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Contudo, eles logram. Hoje o Théo tem 7 meses e meio e entre trancos e barrancos no caminho oblícuo da paternidade, o Benjamin conseguiu entrar na esfera e permanecer. Eu estive mal em razão da mastite,de cama, ele lembrou de todos os horários do Théo conforme expliquei e …. me chamou nas horas certas rs… Está bastante bem, estou contente.

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Na minha humilde concepção, pai tem sim que trocar fralda, saber os horários das frutas, das papinhas. Imagine o dia que você não puder fazer! Como eu costumo dizer, quando você trabalha fora tem horário de entrada e saída, trabalhar em casa não. São 24 horas de dedicação. Acho que tem muita gente fazendo hora extra. Convide o maridão para dividir a carga horária porque não? Será vantajoso para todos.

 


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