Déficit de atenção? Será mesmo?

Déficit. Esse é o tema de hoje na Coluna de Pediatria escrito pela Dra. Fernanda Vieira de Moraes (otorrinolaringologista). Hoje em dia se fala muito de crianças com déficit de atenção e cada vez mais vemos diagnósticos precoces. Tenho certeza que você conhece alguém que foi diagnosticado com TDAH, mas será mesmo?

VIlla VIta

Distracted Student in Classroom — Image by © Wolfgang Flamisch/Corbis

Você sabia que muitas crianças são mal diagnosticadas por “déficit de atenção” ou por um “distúrbio auditivo” quando na verdade necessitam apenas de um treinamento específico?

O órgão responsável pela audição é o ouvido, capaz de captar sons. O processamento auditivo refere-se à eficiência com que o sistema nervoso central utiliza a informação auditiva. Pode-se dizer que é “aquilo que fazemos com o que ouvimos”. Memória, atenção e linguagem são partes integrantes do processo de análise do som.

Algumas crianças com disfunção do processamento auditivo só compreendem aquilo que lhes é falado se estiverem num ambiente extremamente favorável. Caso contrário, dispersam-se facilmente com o ruído de fundo e assim não acompanham uma conversa com dois ou mais interlocutores ou precisam que a informação seja repetida várias vezes. Desta forma, dificuldades escolares, desatenção, dificuldade em entender solicitações e alterações comportamentais são comumente observadas.

A avaliação do processamento auditivo central é composta por avaliação médica e fonoaudiológica, testes audiológicos, procedimentos comportamentais e eletrofisiológicos.

A avaliação inicial, feita pelo médico otorrinolaringologista, está indicada para crianças que apresentam:

  1. Dificuldades de atenção e concentração
  2. Dificuldade auditiva
  3. Distúrbios de aprendizagem
  4. Mau rendimento escolar
  5. Alterações de comportamento social
  6. Hiperatividade
  7. Dificuldades na fala ou escrita

As crianças com diagnóstico de alteração no processamento auditivo central são encaminhadas para treinamento específico, com profissionais especializados, utilizando métodos auditivo-verbais, para o desenvolvimento e correção das deficiências apresentadas.

Dra. Fernanda Vieira de Moraes – Otorrinolaringologista

 

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