Enfermeira. Impossível não comentar o caso da enfermeira Mariana. Tentei. Mas não aguento essa batalha eterna da cesária x parto normal.
Li algumas matérias sobre o falecimento que induziam claramente o leitor a concluir que a morte foi em razão da tentativa de parto domiciliar. Outros que diziam que a jovem chegou em boas condições ao hospital e faleceu em função da cesária. A família não se pronunciou. OK foram 48 horas de trabalho de parto {não vejo isso normal} mas ninguém sabe o que aconteceu naquela casa no trabalho de parto da Professora Doutora, enfermeira obstetra, cujo marido era medico anestesista! Então minha gente…mais amor por favor. Cesária ou normal, não é problema das nossas vidas. E sim dessa família que perdeu de maneira trágica um ente querido com um bebê que gracas a Deus se salvou. #MaisAmorPorFavor
Professora Doutora Mariana de Oliveira Fonseca-Machado, enfermeira obstetra, mestre e doutora pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, era docente e pesquisadora da área da Saúde da Mulher do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos. Com base em seu conhecimento e acompanhamento médico durante o pré-natal, que evidenciou uma gestação sem intercorrências, aguardou a evolução para um parto natural. Assim, a Prof.ª Mariana entrou em trabalho de parto no sábado, dia 11 de julho, estando acompanhada por profissional capacitado durante todo o processo. Para continuidade do trabalho de parto, encaminhou-se ao hospital no início da noite do mesmo dia, chegando ao local em perfeito estado de saúde. Algumas horas depois, Mariana foi submetida à cesariana, tendo a oportunidade de pegar sua filha no colo e amamentá-la. Posteriormente, foi encaminhada ao quarto junto com sua filha e, poucas horas depois, iniciou um quadro de complicações, que resultou no trágico desfecho. Infelizmente, preconceitos em relação ao parto natural e a “cultura de cesariana” brasileira, associados à falta de responsabilidade no compartilhamento de informações nas redes sociais e na mídia, levaram a divulgações equivocadas sobre o caso. Dados científicos indicam que a cesariana aumenta o risco de morte materna em 3-5 vezes, comparada ao parto normal. Dentre todas as causas de morte materna a hemorragia é a mais frequente delas. Em solidariedade à família da professora Mariana, o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos manifesta seu profundo repúdio às manifestações sensacionalistas veiculadas. Como instituição dedicada à promoção de conhecimento, convidamos toda a comunidade à reflexão e colaboração para que a verdade deste triste episódio seja esclarecida, contribuindo para a melhora do cuidado à saúde das grávidas do Brasil.