Quem não é filho único já sentiu na pele em algum momento, ser ou não ser o filho preferido. Na pele de pai e mãe, hoje, para você que tem ao menos dois filhos sabe que cada um ocupa de modo muito peculiar um espaço no coração, de um jeito único, mas isso não quer dizer maior ou menor. Não é verdade? Essa sensação de disputa pelo amor dos pais é algo muito comum e próprio da criança, uma verdadeira batata quente acompanhada de muito cuidado e uma boa dose de bom senso por parte dos pais.
Desenvolver qualquer tarefa sem alguma interferência do filho(a) é algo raro, com dois ou mais a disputar por atenção, tempo e dedicação, é inevitável. No entanto, é possível e comum amar, zelar e proteger igualmente, mas em circunstâncias da vida é instintivo os pais cuidarem dobrado do mais frágil, ou em circunstâncias especificas (como doença, deficiências e limitações por exemplo) ou do momento (quando um filho empurra o outro, por exemplo). E ressalto que desta forma é o ideal, favoritismo temporário, ou seja, aquele que é compartilhado periodicamente com cada um dos irmãos é saudável.
Sim, embora haja raros artigos científicos abordem o assunto, e poucos especialistas admitam, é normal ter uma preferência por um filho à outro por parte dos pais. É humano, é natural e saudável. Esta percepção ocorre em diferentes níveis, seja consciente ou inconsciente. Esta preferência é mutável a medida em que os filhos crescem e passam a desenvolver potenciais e habilidades diversas durante o desenvolvimento de cada um.
Para que esta preferência não abale o relacionamento familiar, recomendo que os pais observem e percebam as qualidades de cada filho, e as ressaltem em diferentes situações. Isto irá facilitar e promover a percepção positiva do filho sob si mesmo (formação da identidade), e que, embora tenham comportamentos apontados como incorretos ou feios, eles também têm suas qualidades, evidenciá-las no cotidiano farão com que se sintam percebidos aos olhos dos pais, e que apesar de fazerem suas peraltices e errados se sentirão amados e aceitos. Exercitar esta postura, perceber e expressar em elogios bons comportamentos a cada filho faz toda a diferença para um relacionamento saudável.
Autora: Carla Ribeiro de Oliveira. Mãe do pequeno, tagarela, esperto e tranquilo Heitor. Compreende esse universo com olhos de mãe, mulher e profissional.
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