Uma dose extra de paciência, por favor!

Jesus, Maria e José parece brincadeira, como esses anjinhos conseguem se transformar em pequenos mostrinhos aterrorizantes! De um minuto ao outro passam de ursinhos de pelúcia, tão fofos e meigos à leões indomáveis.

 

Lembram dos Gremlins? Quase isso. Simpáticos e graciosos em um dado momento e em outro, coisinhas destruidoras, verdadeiros tornados. Podemos também chamá-los de experts da dramaturgia por conseguirem chorar aos gritos (com lágrimaassss!) e em frações de segundo param e até mesmo gargalham.

 

Legal. Muito legal, para quem não vive a maternidade, porque para mim, não sei para você, é enlouquecedor. Pricipalmente quando estão num dia não muito bom. E sabemos que há dias bons e dias ruins não é mesmo. Eu rezo muito, a cada dia, pedindo muita paciência, para ser franca, já peço logo todos os créditos em paciência.

 

Olhem, trabalhei durante muito tempo com recreação infantil, uma vez dessas no navio, tínhamos mais de 100 crianças e éramos somente 3. Passei bem. Não surtei, levei numa boa.

 

Mas aqui em casa, às vezes o sangue me sobe de tanto repetir ou correr atrás de bebê pelado que não quer por fralda, ou que morde quando contrariado, então eu peço pra sair e depois voltar. DICA !!! Quando a coisa estiver difícil, peça ajuda e saia da área. E o pior de tudo é que depois vem aquele peso na consciência. Ai Deus, como nos sentimos mal. As piores mães do mundo. MAS NÃO podemos. Meu anjo da guarda vive soprando no meu ouvido que não, se estamos gastando nossa paciência é porque estamos no caminho certo, dos ensinamentos. Mãe que não se cansa é aquela que deixa, larga mão, não se desgasta educando. Educar dá muito trabalho e somos feitas de carne e osso.

 

Essa fase começou mesmo depois de 12 meses. Dizem que o quadro vai evoluindo até chegar ao famoso e mal entitulado Terrible two. Ainda estamos na metade do caminho, mas com muita personalidade.

 

Aqui em casa o não é não. A não ser que eu não consiga mais. E eles não são fáceis não. Parece que fazem coisa errada para nos testar. Testar nossa paciência. Testar até onde podemos ir. E eu vou longe, ah vou, mas ele também. Birra, manha, mordidas, se joga no chão, bate a cabeça.

 

Eu falo, falo de novo, falo olhando nos olhos, falo mais alto, já dei tapinha na mão, já coloquei de castigo, já mordi de volta (tentativas em vão, desisti) até quando chego a gritar e vejo que perdi o controle. Meu mundo cai. Me sinto um monstro. Vou pra cama abalada, desiludida, com tanto esforço em vão. Com medo. Medo daquele grito, um em um milhão de beijos, fique marcado em sua memória e então me sinto a pior mãe. Até que a noite vem anunciando logo o dia seguinte, que servirá como um recomeço e eu peço logo a Deus, uma dose extra de paciência, por favor.

 

07/14/2014 by Mari Visconti | 7 Comments