Relato de uma mãe odontopediatra: A retirada da chupeta!

Chupeta. Ai ai ai… não é fácil para ninguém, nem mesmo para uma mãe odontopediatra. Excelente texto-relato sobre a retirada da chupeta com dicas valiosas. Nessa semana a Dra. Luciana Westin conta como tem sido a retirada da chupeta de seu filho menor e ainda dá as instruções para que esse momento seja menos estressante para ambos.

Na teoria tudo é muito lindo, mas quando o assunto é a retirada da chupeta, todas as mães ficam de cabelo em pé. Já retirei a chupeta do meu filho mais velho com 2 anos de idade e essa semana estou vivenciando tudo novamente com o meu filho mais novo que tem 2 anos e 1 mês. Por mais que eu já tenha passado por isso com o meu primogênito, e que eu saiba tudo na teoria como fazer, por ser odontopediatra , a ansiedade acontece, pois cada criança tem um jeito, um histório, enfim, cada filho é diferente do outro.

 

No meu filho mais velho, eu troquei a chupeta por um brinquedo. Ele perguntou sobre ela durante 1 semana e depois esqueceu. No meu segundo filho, utilizei o filho mais velho como exemplo, usando um aparelho que substituiria a chupeta para dormir. Como ele só a usava para dormir, esse processo foi mais fácil. No primeiro dia foi tudo lindo, ele dormiu sem chorar e sem a chupeta. O segundo dia foi complicado! Ele chorou bastante pedindo a chupeta, jogou o aparelho bucal longe e eu conversava com ele, explicava e o abraçava para se acalmar. No terceiro, quarto dia e 1 semana depois ele ainda perguntava da chupeta, mas compreendeu que aquela seria sua nova realidade.

 

 

Para entender como esse processo acontece, precisamos saber quando essa sucção não nutritiva, a chupeta, se torna um hábito, quando ela deve ser removida e como os pais devem intervir nessa situação.

 

No primeiro ano de vida o bebê tem uma necessidade de sucção e a chupeta acaba auxiliando nesse processo. Entre 6 meses a 1 ano de idade, é um momento bacana para diminuir o uso da mesma. Ou seja, não utilizar a chupeta durante o dia nos shoppings, parques, carro, etc…. e usar apenas para dormir ou para a criança se acalmar e pegar no sono.

O segundo momento oportuno para a remoção da chupeta é entre 1 ano e meio de idade a 2 anos. Quanto antes a sucção não nutritiva é removida, menos danos acarretam à arcada dentária.

 

A aceitação da remoção da chupeta pela criança e pelos pais é fundamental para o seu sucesso e para evitar estresses desnecessários. É muito importante que os pais passem segurança e confiança para a criança, sabendo que o que estão fazendo é o melhor para ela.

 

Como remover o hábito?

Primeiro, os pais precisam identificar o motivo que dispara a criança a pedir a chupeta para então , eliminá-la. Os momentos mais comuns são de agitação, sonolência, distração ou tédio.

Independente do momento de vida da criança, em que o hábito será removido, o sucesso do tratamento depende da compreensão e vontade da mesma e principalmente da motivação e envolvimento dos pais.

 

• Explique sobre a remoção com a linguagem de acordo com a idade da criança
• Mostrar ídolos infantis com os dentes saudáveis (super heróis, princesas…)
• Utilizar um quadro de marcação nos períodos (manhã, tarde, noite) em que a criança conseguiu ficar sem a chupeta (pintar uma estrela, colar adesivo…)
• Não criticar a criança quando ela estiver chupando o dedo ou chupeta e sim elogiar quando ela não estiver
• Negociar a troca da chupeta por um presente
• A criança pode ter uma recaída depois da troca, porém é muito importante que os pais sejam firmes e carinhosos nesse momento.

 

O sucesso do emprego dessas técnicas depende muito do envolvimento e da empolgação dos pais e cuidadores que a conduzem. A criança automotivada pelos pais sente-se grata e orgulhosa quando consegue parar o hábito. Uma recompensa ou um incentivo com uma explicação apropriada é muito favorável na eliminação do costume.

 

Sejam firmes e carinhosos nesse momento! Por mais difícil que seja – pois os pais também sofrem com essa transição- sabemos que tudo o que queremos é o melhor para os nossos filhos.

 

06/10/2015 by Mari Visconti | 1 Comment