Quando nasce uma mãe nasce um espírito empreendedor

Já parou para perceber quantas mulheres-mães estão abrindo seu próprio negócio? A quantidade de publicidade no Facebook que eu vejo de mães vendendo roupinha de criança é impressionante. Eu mesma nunca tinha reparado antes até começar a sentir essa chama que nasce dentro de nós.

Uma sensação de poder e necessidade. Uma energia que nos conduz aos mais inusitados caminhos do mundo dos novos negócios com dois objetivos diferentes, que quase sempre caminham juntos. É preciso trabalhar. Trabalhar é preciso. Seja por dinheiro única e exclusivamente ou também por ocupação. Mas o ponto é: quem quer horário comercial? Esse tipo de rotina fica mais complicada quando você decide que a prioridade é estar mais presente durante esses primeiros anos da vida do seu bebê e resolve não continuar no trabalho que termina às 19:00 e você acaba chegando às 20:00 por causa do trânsito. Ou então como eu, que tinha um trabalho que começava em novembro e terminava julho no meio do oceano sem poder levar a família.

Esse impulso não chega logo depois do parto. Por essa razão ouço relatos de dificuldade no momento de deixar o bebê na escolinha, quando o vínculo mãe- bebê não está pronto para ser cortado, tempo de voltar ao trabalho. Logo, a partir do momento que desenvolvemos a capacidade de começar a diminuir a dependência de ambos os polos da relação, porque a dependência é mútua (mãe-bebê e vice e versa), aí sim! nos sentimos aptas e cheias de vigor para reencontrar nosso lugar no mundo.

Os neurônios em estado de ebulição, conjugados com os hormônios em fase de transformação formam uma poderosa e perigosa combinação. Sentimento de plena capacidade aflorada pelo instinto materno e pela sensação de que sua missão como mãe está sendo bem executada, pois agora você pode pensar e dedicar-se a outra coisa ao mesmo tempo.

Mas, dedicar-se à que? Aquelas mulheres que possuem uma formação acadêmica e podem passar a atuar de maneira mais autônoma, o fazem na maioria das vezes. Muitas amigas minhas passaram a ter seu próprio escritório/ consultório ou a trabalhar de casa … o excelente (na minha opinião) home office. Por outro lado quem largou tudo começa a alimentar a semente de uma nova profissional. Como diz minha mãe, uma mulher só descobre a verdadeira vocação profissional depois de ser mãe, pois você tem a oportunidade de recomeçar.

Bem, falando tanto assim de trabalhar com que gosta, escolher, recomeçar, até parece que tudo se trata de um grande parque de diversões e que não precisamos de dinheiro! Bem ao contrário, tanto precisamos que estamos sim pensando como conseguí-lo. Isso não acontece somente com você não! Precisamos fazer as unhas semanalmente! Cortar o cabelo e retocar as luzes simmmmm! Precisamos sair para comer fora, faz bem pro casal. Precisamos ter nossa independência financeira. Precisamos complementar os ganhos da família. Precisamos pagar contas. Precisamos comprar roupas pro baby. Precisamos logo mais colocá-lo na escolinha também. Precisamos… Precisamos… Precisamos… Precisamos. E pronto isso já ecoa nas nossas cabeças.

Ecoa o suficiente para nascerem novas:

– escritoras

– vendedoras

– empresárias

– produtoras

– desenhistas

– estilistas e costureiras

– artesãs

Abrem-se clínicas de estética, salões de cabelereiro, espaços para mães e bebês, novos escritórios e consultórios. Produzem e vendem artigos para festas e bebês, lembrancinhas, decorações, animações, etc…. Aparecem novas fotógrafas, blogueiras (rs…), e qualquer personagem da vida real que seja capaz de atender às necessidades de uma mãe que quer se cuidar, cuidar do filhote e da família. Só mesmo a maternidade tem o poder de justificar e explicar tanto instinto e tanta força de vontade.