Frescura e Cuidado. Qual é o limite?

A coisa está bastante complicada. Pra falar a verdade acho que andam complicando as coisas, mais do que elas já são. O que eu quero dizer é que inventaram muita coisa. E eu estou cansada de … não pode isso, melhor aquilo, primeiro esse, depois o outro, tenta A se não der vai no B, mas nunca AB. Teorias da berimboca da parafuseta, sabem?
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Tudo foi cifrado. Tem LM, LA, LD, pedi, GO, e o diabo à quatro. Fraldas de mil tipos, bico disso e daquilo para 7.000 tamanhos e modelos de mamadeiras. O pior de tudo é que começamos nessa viagem ainda grávidas, mas a coisa se agrava mesmo depois do terceiro mês, quando retomamos nossos contatos com o mundo.
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Imaginem que montar um quarto de bebê virou mania e cada detalhe faz parte de um todo do mesmo tema. Protetor de berço na grossura certa, quadros, nichos, cortina, abajur, poltrona e almofada de amamentação! kit higiene vulgo garrafa térmica e potinhos combinando com a decoração. Desde quando? Parei. Não será demais?
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E Introdução de alimentos? Nem me fale! Li um artigo que se eu fosse seguir tal qual explicam, o Théo começaria a comer de verdade com 10 anos ahahhaha. Mesmo sendo menos radical, pensem que introduzir os alimentos isoladamente tem sua razão, mas não será demais?
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Falando de vacinas acabamos questionando se o melhor é vacinar no posto (eu faço assim) ou particular porque dizem que não dá reação já que o vírus está 100% morto, porque dizem que imuniza contra mais tipos, porque dizem que o atendimento é melhor, porque dizem que é mais confiável, … mas não será demais?
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Oh God, cadeirinhas de carro que absurdo! Uma cadeira de carro da Chicco com regulagem de inclinação e apoio de cabeça custa o mesmo que uma geladeira. Alo! Uma geladeira, não estou brincando. Mas claro, você pode optar por uma da Burigotto que está bastante bem, que custa a metade (não me parece pouco) caso contrário seu bebê vai acabar pendurado no cinto ao dormir se não der para comprar com inclinação. Onde vamos parar? Não será demais?
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Remedinhos, mordedores, roupinhas e brinquedos. Sempre que há um tema sendo discutido entre mães, uma nova neurose aparece para ser somada às neuroses já existentes. É tipo assim “ah, eu faço isso para a Maluzinha…. ah é? não sabia que podia fazer isso também, vou fazer então pro Pedrinho“. Como se disséssemos eu quero, eu quero, eu quero, eu queroooo.
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Amor em excesso ou falta de bom senso? Qual o limite entre querer o mehor e ficar paranóica? Como cuidar sem frescurar? Conseguimos voltar ao necessário e viver na paz do básico?
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Estou participando de alguns grupos de discussão no Facebook, um sobre alimentação, outro sobre aleitamento, outro sobre bebês e surtei! Primeiro porque é engraçado como todo mundo sabe tudo sobre tudo né? Especialistas nascidas no parto, eu chamaria. Sou super consciente que aprendemos muita coisa do nada, mas hello, humildade e simplificação por favor. Os grupos são muito bons e te ajudam bastante, caso contrário não teria criado um. Mas, tem gente que se profissionalizou em dificultar.
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Antigamente não era assim e fomos muito bem criadas, obrigada. Acredito que hoje temos mais recursos à favor do bem-criar, mas ao mesmo tempo tudo isso está nos transformando em uma neurose ambulante.
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Depois dizemos que ter filho custa caro e que precisamos de terapia. Não será demais? É aquela coisa: pra que facilitar se podemos complicar? #ficaadica.

 


6 Comments on Frescura e Cuidado. Qual é o limite?

  1. Mirele
    08/19/2013 at 16:36 (11 years ago)

    Que tenso Mary, kkkkkk. Eu sigo simplesmente meu instinto, sem neura, com uma dose aceitável e generosa de bom senso. Esse assunto daria uma boa tarde de prosa, rs!

  2. Lilica, a Mãe da Mel
    08/19/2013 at 16:39 (11 years ago)

    Post perfeito! Tento ao máximo fugir dessas ciladas, mas confesso que, às vezes, me vejo envolta nesses modismos…

    Bjos

    • Mari Visconti
      09/15/2013 at 00:37 (11 years ago)

      Oi Lilica desculpa a demora da resposta e obrigada pela mensagem. É complicado mesmo isso, mas a gente tem que filtrar as coisas nao eh? bjossss

  3. Andrea Pires Magnanelli
    08/19/2013 at 16:39 (11 years ago)

    Esse tema que vc trouxe é fundamental! Eu já sou ansiosa por natureza e, dp que a Diana nasceu foi-me apresentado um mundo de complicações.
    Tbm fiz e faço parte de grupo de aleitamento (onde nos “conhecemos” e, inclusive temos uma maiga em comum rsrsrs). Eu saí de um dos grupos. Simples assim. Como vc disse: especialistas em dificultar.
    Leio mto, me informo, converso com o pediatra, com amigas,… mas acima de td eu sigo minha intuição.
    😀 Parabéns pelo texto!

  4. marcia
    08/20/2013 at 00:28 (11 years ago)

    Muito bom esse texto!!! Ter filho não significa complicação.

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